![](static/images/stories-page-entry-detail.png)
![](static/images/bulma/1by1.png)
12 de Novembro de 2013
A luta das gêmeas Elen e Elis
“Descobri que estava grávida com dois meses de gestação. Foi uma gravidez programada. Assim como toda mãe de primeira viagem, a ansiedade toma conta da gente. Fiz um ultrassom por conta própia e, para minha grande surpresa, era uma gravidez gemelar. Fiquei extasiada, sem saber o que fazer, nem o que pensar. Eu estava sozinha na clínica e não tive coragem de ligar para o meu marido com medo da reação dele. Ele não queria muito, porque já tinha outros filhos de um relacionamento anterior. Acabei ligando para a minha mãe, que ficou muito feliz e disse já ter sonhado com aquela notícia que eu estava dando. Mesmo com receio, mostrei o ultrassom para ele, que quase desmaiou, mas logo foi aceitando e amando a ideia de ser pai de dois bebês. Mas, a partir desse momento, começou a minha luta.
Com 3 meses, a minha pressão começou a oscilar e o médico falou que era uma gravidez de risco. Fiquei muito preocupada, mas a minha fé de que tudo iria dar certo só aumentou. Fiz meu pré-natal em um hospital que atendia apenas pacientes com esse perfil. Com 30 semanas de gestação, ainda sem saber o sexo dos bebês, fiz uma consulta de rotina e, para a minha surpresa, eu estava sofrendo uma pré-eclâmpsia. Fiquei logo internada, mas Deus e os médicos conseguiram controlar a minha pressão. Nessa brincadeira, não pude mais voltar para casa e me medicaram para eu segurar um pouco mais a gestação.
Com 35 semanas, ainda internada, a bolsa rompeu naturalmente. Fizeram a cesária, me deixando ciente que assim que elas nascessem (a essa altura do campeonato eu já sabia que seriam duas meninas), iriam direto para UTI Neonatal. Só fui vê-las dois dias depois, porque eu ainda corria riscos da temida pós-eclâmpsia. Elas ficaram 15 dias na UTI, travando uma luta contra as infecções e o baixo peso. Nem mamar elas podiam, eram alimentadas por uma sonda. Cada vez que eu as via, o meu coração sangrava por vê-las tão pequenas, mas muito guerreiras.
Eu recebi alta, mas elas não. Vim para casa arrasada, mas Deus não queria que eu ficasse longe delas. Com dois dias de alta, tive que voltar, porque a minha cirurgia infeccionou. Fiquei internada novamente no mesmo hospital. Elas receberam alta da UTI, mas não podiam vir para a casa por conta do baixo peso e fomos encaminhadas para o projeto mãe-canguru.
Com 5 dias que estávamos lá, elas sendo estimuladas a mamar e tudo mais, uma delas teve que voltar para a UTI às pressas, pois foi detectada uma infecção séria chamada melena, que pode matar em 24 horas. Mas a minha fé só aumentou. Me desdobrei dando assistência para as duas em alas diferentes, e Deus nunca me abandonou. Elas receberam alta no mesmo dia e viemos para a casa. As duas com as cabeças raspadinhas, mas ainda lindas. Foram longos 60 dias, mas valeu a pena. Por elas eu passaria tudo novamente. Hoje elas tem seis anos e esbanjam saúde. Elen e Elis, o meu milagre.”
Dayane, mãe da Elen e da Elis
Leia mais histórias de bebês prematuros.