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25.02.2019

A importância da tecnologia na hora de salvar a vida de prematuros

De acordo com a ONU, em 2016, sete mil crianças morreram antes do quinto aniversário e, se a situação permanecer desta forma, serão 60 milhões de crianças morrendo nessas condições entre 2017 e 2030, metade delas durante o período neonatal. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, diariamente nascem 40 prematuros e ocorrem mais de 900 partos antes da hora. Os números alarmantes fazem da prematuridade um tema de grande importância.

Encontrar novas formas de aumentar o número de vidas salvas é um desafio constante. O papel da tecnologia é crescente na melhoria dos cuidados neonatais nos primeiros dias de vida de um bebê prematuro. Os resultados são visíveis, por exemplo: há um tempo, o nascimento de um bebê com menos de 23 semanas era considerado um aborto, pois as chances de sobrevivência eram mínimas. Hoje, graças a todos os avanços, foi possível rever esse conceito e salvar vidas de prematuros de apenas 22 semanas, simulando dentro da incubadora o ambiente ideal para sua sobrevivência.

Aline Hennemann, vice-diretora executiva da ONG Prematuridade – Associação Brasileira de pais, familiares, amigos e cuidadores de bebê Prematuros – afirma que o uso em hospitais e unidades neonatais de avançados equipamentos para cuidados aos pacientes são indispensáveis no que diz respeito ao aumento das chances de sobrevida e de suporte ininterrupto às funções vitais dos recém-nascidos prematuros. De acordo com ela, as incubadoras, por exemplo, reproduzem com a maior proximidade possível o útero materno, proporcionando um local aquecido, com umidificação adequada para a idade gestacional, além de trazer o conforto necessário ao diminuir ruídos e luminosidade. Equipamentos de fototerapia, ventilação, entre outros, garantem um tratamento muito mais adequado. Ela ressalta que, se utilizados de forma correta, diminuem o tempo de internação, tendo em vista que quanto mais rápida a alta, menores podem ser as complicações e traumas da família. Aliar uma tecnologia de qualidade ao cuidado só traz benefícios para os bebês.

Aline ressalta ainda que, além da tecnologia, o cuidado humanizado deve ser realizado sempre para que o recém-nascido e sua família sintam-se acolhidos. Uma estratégia de cuidado pautado nas diretrizes do Método Canguru, por exemplo, comprovadamente salva e melhora a qualidade de vida dos recém-nascidos prematuros e suas famílias. Esse método consiste em uma política nacional de saúde que compreende três etapas (pré-natal, na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru (UCINCa) e no período pós alta hospitalar), nas quais a equipe de profissionais da Unidade Neonatal oferece um atendimento de saúde qualificado, observando a individualidade de cada criança, momento evolutivo do recém-nascido e de sua história familiar.

A ONG Prematuridade trabalha com três pilares sólidos: educação em saúde, advocacy e o cuidado com as famílias. Neste sentido, realiza ações, inclusive no Dia Mundial da Prematuridade, de sensibilização para a causa em todo Brasil, levando informações e cursos de qualificação para as equipes hospitalares incrementarem a qualidade da assistência. Também promovem políticas públicas de saúde que possam atender aos prematuros e suas famílias, como, por exemplo, a licença estendida.

A boa notícia é que, além do empenho dos defensores da causa de salvar vidas de prematuros e da celebração do Dia Mundial da Prematuridade, o Brasil hoje é considerado um produtor de tecnologia de ponta na área neonatal, dispondo de fabricantes de equipamentos de alta qualidade para os cuidados de bebês nos primeiros dias de vida e nos cuidados pediátricos. Estes equipamentos estão alinhados às necessidades de atendimento, muitas delas, demandadas pela própria Sociedade Brasileira de Pediatria e em consonância com as políticas públicas nacionais vigentes. O mais importante disso tudo é ter a certeza de que, na verdade, a experiência, a tecnologia, as equipes interdisciplinares qualificadas e muito carinho são capazes de transformar realidades.

por Doutora Karin Schmidt Rodrigues Massaro, hematologista, médica clínica geral e sócia-diretora da Fanem

Fonte: Fórum Saúde Digital (notícia original publicada em 19/01/19).
(Foto: Depositphotos)

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