16 de Setembro de 2013

A história do arteiro João Victor

“Em junho de 2009 descobri que estava grávida do meu segundo filho. Não foi planejado, mas muito querido desde a descoberta! Meu filho é um lutador desde a concepção, pois tive uma gestação difícil. Meus enjôos eram demais, fui internada duas vezes por hiperemese gravídica, perdi 5 quilos, com 6 semanas tive a gripe suína, graças a Deus sem complicações.

Imaginei que teria que conviver somente com enjôos e pressão extremamente baixa até o final da gestação, uma vez que com o bebê tudo estava bem em todos os exames e consultas do pré natal. Contudo, no dia 30/01/2010, cismei que estava perdendo líquido, fui até a maternidade, pois era fim de semana e não tinha como passar diretamente com meu GO. Resumindo, passei o dia todo fazendo exames até que em um US foi visto que meu bebê estava com uma restrição de peso grave. Desde a descoberta do problema até o nascimento dele foram menos de duas horas.

Eis que nasceu, de 33 semanas, meu pequeno João Victor, pesando 1,530kg e medindo 41cm. A sensação é horrível de saber que, se eu não tivesse ido até lá, porque cismei que tinha que ir, meu filho não estaria vivo. Depois do nascimento foram 25 dias de UTI com várias intercorrências, a principal uma enterocolite necrosante grave. Foram dias difíceis, em que às vezes achava que não iria agüentar. A cada manhã, na hora de entrar na UTI, era uma expectativa, um medo enorme de que algo tivesse piorado.

Até que um dia fui até a capela do hospital, rezei muito, pedi com toda a fé que tinha que Deus permitisse que meu bebê não sofresse. Nesse mesmo dia, fui bem pertinho dele ao lado da incubadora e disse: ‘meu filho, você lutou tanto pela sua sua vida, tem sido tão forte até aqui, não desista agora. Estou aqui do seu lado e lutarei com você. Seja forte que esse sofrimento acaba logo’.

Por incrível que pareça, dois dias depois a melhora dele era visível. Voltou à dieta e três dias depois pude amamentá-lo. Entre essa conversa com ele e sua saída de lá foi uma semana! No dia em que ele pôde ir para casa, a felicidade foi imensa. Já em casa podia dar a ele o sono que precisava, pois dentro de uma UTI o que dói muito ver é que não existem um sonhinho no silêncio, no escurinho e nem sem ser manipulado de alguma maneira. Nunca imaginei dar tanto valor a um sono tranqüilo de um bebê!

Bom, agora meu guerreirinho tem 3 anos, anos esses de muita saúde e ‘artes’. Atualmente, tenho um terceiro filho com 3 meses que também é prematurinho, mas essa gravidez foi muito melhor acompanhada devido ao problema da anterior. Nem assim evitou-se a prematuridade, pois ele nasceu com 35 semanas, ficou uma semana na UTI, mas sem gravidade. Fico pensando que devo ser muito forte, pois Deus me permitiu passar duas vezes pela dificuldade de um filho prematuro e agüentar... porque realmente não é fácil!”


Gessica, mãe do João Victor

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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