14 de Outubro de 2012

A história de Clarissa


A Dani Castro, mãe da Clarissa, é uma mãe-blogueira de mão cheia. Ela escreve o blog Opinião S.A., que traz conteúdos muito bem escritos sobre os mais diversos assuntos: atualidades, universo infantil, serviços, e por aí afora. Recomendo darem uma passadinha por lá pra conhecer.

Foi de lá que a querida Dani cedeu 2 dos seus textos, que contam um pouquinho de como foi o nascimento de sua prematurinha Clarissa. Dani, obrigada por enriquecer nosso site com tua história. Um beijo pra vocês e muita saúde pra tua pequena!

"Sou mãe de uma bebê de 1 ano (completos ontem), que nasceu prematura.

Como tive pré-eclampsia na gravidez, tive que fazer o parto da Clarissa na 32a semana de gestação. Ela nasceu com 1 kilo e 250 gramas. Ficou na UTI Neonatal por 19 dias, onde teve um bom desenvolvimento. Passou sem grandes intercorrências até a data da sua saída.


Já neste dia, quando tivemos que levar roupinhas para sua saída da maternidade, percebemos que o mercado brasileiro não está preparado para bebês prematuros. Tivemos grande dificuldade de encontrar roupinha para ela, pois então, estava com 1kilo e 800 gramas. Nada servia, mesmo a roupa para prematuro que tínhamos comprado. Ela saiu com roupa em cima de roupa.


Fizemos uma peregrinação por SP em busca de roupas e artigos para prematuros. Encontramos apenas em algumas lojinhas de bairro e lojas próximas à maternidades. Chupeta específica para prematuros? Nem pensar. Tivemos que importar e importunar amigos que iam viajar para trazerem de fora. Além disso, macacõezinhos minúsculos chegavam a custar R$ 160,00 e, mesmo assim ainda tínhamos que dobrar as mangas.



Chupeta indicada pela Chicco para prematuros. Você acha mesmo que é?


“O número de nascimentos de bebês prematuros no Brasil cresceu 27% em dez anos (entre 1997 e 2006), aponta levantamento do Ministério da Saúde. O número saltou de 153.333 (5,3% do total de nascimentos) para 194.783 (6,7% do total).” Folha de São Paulo 11/09/2009.

Por quê as lojas de bebês não consideram a existência dos prematuros? Por quê não atender essa necessidade do mercado? Não dá dinheiro?


Essa é a Clarissa hoje, feliz e saudável. Porque embora ela tenha sido ignorada pelo mercado brasileiro quando nasceu, a família dela correu para preencher as lacunas!


(...)

O fato é: ninguém espera um prematuro!

Mulheres grávidas e suas famílias aguardam a chegada dos seus bebês preparando todo o enxoval, o quartinho e tudo o mais que sonham. Posso afirmar que nenhuma delas, eu inclusive, compra macacõezinhos ou qualquer outra peça de enxoval para o caso de o nenê nascer prematuro. Por essa, nenhuma mãe espera.

De nenhuma forma, se justifica o fato de não haver produtos disponíveis no mercado para estes bebês. Esta é minha crítica. Este foi meu espanto quando fui procurar e não encontrei nada para a Clarissa. Foi como se ninguém admitisse a existência de pessoinhas como ela. Tivemos que correr atrás de itens específicos, como a chupeta mencionada no post Parte I, e tivemos que adaptar alguns outros, como vou mostrar a seguir. Fraldas descartáveis, para espanto geral, não são fabricadas em tamanho menor do que as para Recém Nascidos a termo. Não havia nem nos hospitais! Eu, outras mães na mesma situação e as enfermeiras da UTI Neonatal tínhamos que cortar (com a tesoura mesmo!) as fraldas dos nenês. Como se não bastasse todos os cuidados extra que já demandam os prematuros.


Bebê conforto e carrinho também eram muuito maiores do que os que seriam necessários para minha bebê. Tivemos que nos utilizar de adaptators Tabajara para fazer funcionar.Esta primeira foto mostra a Clarissa quando finalmente saiu do hospital e voltou para casa (De quê adianta obrigar as pessoas a usarem a cadeirinha de carro então?).



Esta segunda foto mostra a nenê dormindo no carrinho. Para que isto acontecesse, imagine que tivemos que mandar fazer um colchão especial para se adaptar ao carrinho, além de forrar com revistas (sim, revistas! foi o que deu certo. rs) para nivelar.



Já havia mencionado no post anterior, mas vale um reforço. Vejam a Clarissa abaixo com um macacão tamanho NB (New Born – Recém Nascido americano – menores do que os nossos):



Repararam quantas dobras na manga?


A Clarissa foi considerada prematura Moderada, pois nasceu na 32a semana de gestação. Deixo algumas fotos abaixo, para que, quem nunca viu ou conviveu com um prematuro, possa ter idéia do tamanhinho deles. E, também, para pensarmos se todas as mães de bebês como este não mereceriam ter sua vida minimamente facilitada por produtos específicamente feitos para eles. Eu não tive.



Clarissa na maternidade, logo que nasceu, com a mão do papai na incubadora. Mais ou menos 1k300g.



Clarissa fazendo Canguru (método humanizado que ajuda no desenvolvimento dos prematuros) com papai. Mais ou menos 1k500g.



Clarissa em casa, logo que chegou. Mamãe trocando fraldinha e roupinha. Mais ou menos 1k900g.


Mamães que acabaram de dar à luz a um prematuro!

Mantenham a calma, por mais difícil que seja, e alimentem a esperança. Pois ela existe! A tão esperada saída do hospital irá acontecer. Mas aí, como relatei acima, será uma outra novela.

Beijos,"

Dani, mãe da Clarissa 

P.S.: Se a Clarissa tivesse nascido hoje, a Dani teria encontrado diversas opções de roupinhas na nossa loja! Vocês já conhecem a loja do Prematuridade.com? Clique aqui e conheça nossos produtos.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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