04 de Outubro de 2013

A difícil espera por Samantha

“Meu nome é Maria da Paz, tenho 29 anos e tive dois abortos no início do casamento, devido a um problema que descobri depois: tenho
IIC (Insuficiência Istmo-cervical). Colo do útero curto, que dilata conforme o bebê vai pesando. Por volta das 21 semanas, se não fizer os devidos procedimento, que é costurar o colo do útero, o bebê nasce prematuro.

Depois dos dois abortos sofridos, pois o primeiro bebê tinha 21 semanas e nasceu vivo, mas não agüentou muito, demorei 4 anos para engravidar. Por medo, é claro. Engravidei então, depois de 4 anos eu esperava uma menininha. Fiz o procedimento de emergência com 20 semanas, pois o útero estava dilatando e, graças Deus, fui até as 39 semanas de gestação. Fiz uma cesariana por causa da hipertensão. Nasceu Sara Vitória, saudável e linda. Mas não é somente da Sara que eu quero falar.

Quando a Sara fez 3 anos e meio, engravidei de novo por um descuido do remédio (rsrs). Esperava mais uma menininha. Fiz os procedimentos para segurar, mas dessa vez com antecedência. Com 13 semanas de gestação, costurei o colo do útero. Tudo parecia estar bem, pressão controlada, colo do útero intacto. Quando fiz 27 semanas, comecei a inchar e fui inchando cada vez mais. A pressão começou a alterar e a médica mudou a dosagem do remédio para pressão. No início funcionou, mas logo voltou a alterar.

Sentia contrações direto, mas não as de parto, sentia as contrações chamadas de treinamento. Comecei a ficar num estado crítico, não dormia mais, muito ofegante, minha pressão começou a subir pra 18/12. Tomei a dosagem máxima de medicação, mas não estava dando resultado.

Fui internada com 32 semanas e fiquei ainda 2 dias tentando controlar a pressão. Engordei 9kg em 20 dias de tanto inchaço. Não tendo jeito pois, mesmo no hospital com dieta e medicação, estava subindo mais, me prepararam para uma cesariana. Então nasceu a Samantha, dia 23 de fevereiro, com 42cm, 1,700kg e 32 semanas, e foi direto para UTI para os devidos procedimentos. Ficou ali durante 1 mês, até alcançar 2kg e até que não tivesse mais apnéias. Estava muito bem, não teve complicações, graças a Deus, só mesmo vários episódios de apnéia.

No momento do parto da Samantha, os médicos achavam que ela estaria menor do eles imaginavam, pois numa ultra deu 32 semanas e na outra 31. Eu achei que nem fosse escutar seu chorinho mas, quando nasceu, já veio berrando bastante. Foi muito emocionante, como chorei vendo que ela tinha o pulmãozinho forte. Escutei os médicos falando: ‘graças a Deus está muito melhor do que pensávamos, bem ativa.’ Foi um momento marcante, principalmente ao vê-la muito bem.

Hoje vai fazer 5 meses e está muito saudável, gordinha e se tratando, pois tem hipotireoidismo, descoberto no teste do pezinho. Mas está muito, muito bem. Meu maior vilão não foi minha deficiência do útero, mas a hipertensão. Hoje tenho duas florzinhas ao meu lado. Graças a Deus!!! Essa é minha história!”

Maria da Paz, mãe da Sara Vitória e da Samantha

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