"Faz 10 dias desde que a minha segunda filha nasceu, quase 8 semanas antes do previsto. Dez dias desde que ela veio com pressa ao mundo com seus 1,7 kg. Dez dias de visitas na UTI Neo, oito vezes por dia tirando leite, muitas lágrimas e medos, emoção e alegria. E, com esses dez dias que passaram, também veio um grande aprendizado sobre como a UTI Neonatal trabalha e como o mundo dos bebês prematuros é diferente do que os bebês a termo. A minha filha tem sido incrível até então, felizmente – ela tem respirado e comido por conta própria desde que nasceu! – eu sei que são altos e baixos, um processo de dia após dia, como tem que ser levado.
Mas, entretanto, aqui estão cinco coisas que eu descobri sobre o mundo prematuro:
1. Sim, os enfermeiros da UTI Neonatal são incríveis. Mas eles não são perfeitos. Tudo que eu já li sobre os enfermeiros são apenas elogios – elevando-os a níveis de santidade. Mas eles NÃO são santos. Eu tive que ser direta, concisa e até um pouco arrogante. E isso é normal e humano. Eles não são mais perfeitos do que nós. É difícil não ficar frustrada, claro, quando alguma coisa acontece (uma palavra dura; um tempo maior de espera para o seu bebê ser atendido; um enfermeiro trazendo uma mamadeira quando você está tirando o leite materno como se sua vida dependesse disso) mas eu estou tentando lembrar que eles tem trabalhos emocionais, exigentes e não páram, e eles também cometem erros e têm fragilidades.
2. Para os menores bebês, o simples ato de comer é um intenso exercício. Para a minha filha, tomar a quantidade suficiente de leite que ela precisa agora é realmente desgastante. Já é difícil para os bebês a termo permanecem acordados pelo tempo necessário durante as primeiras mamadas, imagine como é isso para quem, com todo seu direito, deveria ainda estar sendo facilmente alimentado pela placenta?!
3. Você pode se tornar obsessiva com cadeiras. Por isso, quero dizer: encontrar uma posição/assento confortável enquanto você passa horas e horas segurando um bebê na UTI Neonatal é praticamente a única coisa que você pode ficar pensando (além da saúde do seu filho) enquanto você está visitando. E, ainda assim, a UTI Neonatal desse hospital tem apenas UMA cadeira de balanço confortável e o resto são instrumentos de tortura para as costas. Eu ainda tento chegar cedo no dia para pegar a cadeira de balanço -- outra mãe às vezes quer a cadeira durante a sua visita e, então, sou apenas eu, meu bumbum cada vez mais adormecido e minha incisão de cesária ainda curando e aquela maldita cadeira horrível.
4. Não olhe para os monitores. NENHUM deles. Quero dizer: não tente acompanhar as mudanças e os barulhos dos monitores do seu bebê, com as luzes piscando, os erros, o excesso de sensibilidade e bipe constante. Isso vai fazer você ficar louca e fritar seus neurôios. E não olhe para os monitores e os números dos outros bebês também -- porque você pode começar um longo caminho de comparações. Quem é mais pesado? Qual está melhor? A trajetória para ir para casa pode ser diferente, e eu já estou dizendo que comparar o seu bebê com qualquer outro (mesmo que eles tenham nascido da mesma quantidade de semanas) nunca termina bem.
5. Fones de ouvido são importantes. Nos últimos dias eu tenho encontrado salvação nos meus pequenos fones, conectados no meu iPod. Enquanto eu segurava meu bebê, eu escutei música e podcasts, e fui capaz de abafar alguns dos dramas ao redor de mim. Sim, falar e se relacionar com outros pais pode nos dar muita força. Mas, às vezes, as conversas constantes em todo lugar podem ser demais. Em vez disso, o ritmo da minha música e dos nossos dois batimentos (bem aconchegante em uma cadeira horrível!) é muito, muito bom."
Escrito por Liz Krieger.
Fonte: Lifetime Moms.